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REDE NACIONAL DE CICLOTURISMO, UM PRETEXTO PARA VIAJAR DE BICICLETA

Nos últimos meses, viajar para o estrangeiro passou a ser pouco recomendável. As interdições aos voos, o risco de passar horas num avião com mais uma centena de pessoas... Redescobrir o nosso país é, por isso, uma das melhores formas de fazer turismo. Se nunca pensaste em fazê-lo de bicicleta, está na hora de considerar essa aventura. Há toda uma rede de ecovias à tua espera, com o melhor que o nosso território tem de natureza, cultura e gastronomia.

A Rede Nacional de Cicloturismo é composta por mais de 5200 quilómetros de percursos adequados para fazer de bicicleta. São no total 19 rotas de longa distância, devidamente identificadas, e que incluem infraestruturas cicláveis de norte a sul do país como ciclovias, ecovias, ecopistas e caminhos rurais e florestais. Este trabalho de identificação e catalogação tem vindo a ser feito nos últimos anos por Paulo Guerra dos Santos, um engenheiro português apaixonado pela bicicleta e pelo cicloturismo. Viajante e curioso por vocação, utilizou todo o seu conhecimento e experiência de engenharia para identificar as melhores rotas para descobrir a uma velocidade lenta, em bicicleta. No site www.ecovias.pt encontramos várias informações sobre estes percursos, com um cheirinho daquilo que é possível encontrar, desde as paisagens deslumbrantes ao património com que os viajantes se irão cruzar. Afinal, num país tão cheio de contrastes, com oceano e rios, aldeias e cidades, serras e planícies, a única coisa que falta é mesmo começar a planear as férias. Além das informações que se podem encontrar no site, existe um Road Book em formato PDF que pode ser adquirido para servir de guia durante as viagens e que inclui os roteiros, mapas, informação detalhada e os trilhos GPS para todos os percursos. A edição 2020 está disponível para download e tem um custo de 50 euros, mas para despertar o apetite a versão de 2017 está disponível gratuitamente.

Nova ecopista do Montijo

 

Uma novidade na Margem sul do Tejo é a recente abertura da ecopista do Montijo. Trata-se de percurso de 10,7 quilómetros, criado onde antes existia a antiga linha de caminhos de ferro que ligava as localidades de Montijo e Pinhal Novo. A estação ferroviária do Montijo já havia sido desativava no século passado. Mas foram precisos cerca de 30 anos para que esta linha de comboio fosse totalmente reconvertida em ecopista. Os dois municípios juntaram-se neste projeto e apostam assim na mobilidade suave. Paulo Guerra dos Santos, o mentor da Rede Nacional de Cicloturismo, já fez o percurso e descreve os diversos troços, bem como a melhor forma de chegar à ecopista do Montijo. Descubra mais sobre estes troços em https://ecovias.wixsite.com/home/post/ecopista-do-montijo

COMO CAIR DA MELHOR FORMA POSSÍVEL

Claro que o melhor mesmo é não cair, mas isso é algo impossível, pois quem anda de bicicleta, especialmente em modalidades como o BTT, arrisca-se sempre a cair. A questão é: como cair em segurança? Richard Gasperotti, que participou já por quatro vezes no desafio Red Bull Rampage, revela alguns truques.

Escolher uma zona de embate

As piores lesões que se possa imaginar são causadas por choques com objetos imóveis, ou inamovíveis, como uma árvore, um carro estacionado ou uma pedra. Portanto, na iminência de uma queda, há que procurar evitar esses obstáculos e tentar encontrar um caminho de fuga. Quando já estamos a "voar" por cima da bicicleta, talvez seja tarde de mais para direcionar o voo para um local menos perigoso, por isso há que tentar permanecer na bicicleta o maior tempo possível, e ter a capacidade de detetar uma zona que seja mais segura para cair. Estamos, claro, a falar de tempos de reação de segundos, por isso, ter reflexos apurados é sempre uma vantagem.

Não lutar contra a queda

Quando se está em plena queda, não será essa, obviamente, a situação em que nos esperávamos encontrar. As hipóteses de nos magoarmos são elevadas, no entanto, é demasiado tarde para voltar atrás. Por isso, não adianta esbracejar nem mexer demasiado as pernas, com a ideia de evitar a inevitável queda. Fazer movimentos elaborados no ar, numa tentativa de "lutar contra a queda" pode, na verdade, piorar a situação, uma vez que será preciso manter o foco na zona de impacto que será mais segura para cair (ou, pelo menos, menos perigosa).

Muito cuidado com as mãos

O instinto e o subconsciente dizem-nos para soltar o guiador e para nos prepararmos para o embate, recorrendo às mãos para nos protegermos Apesar de, aparentemente, proporcionarem um certo nível de proteção para o queixo e para a cara, muitas vezes o embate resulta em fraturas das mãos, dos pulsos, dos cotovelos ou das clavículas, pois os braços acabam por absorver a força do impacto nesse momento.

Rolar sobre si mesmo

Se já assistiu às provas do Red Bull Rampage e viu os ciclistas profissionais a caírem, provavelmente viu que eles se movimentam como se fossem mergulhar, a fim de distribuírem a força do impacto por uma área maior, reduzindo o risco de lesões. É mais ou menos o mesmo que cair num tapete durante um golpe de judo. Ao executar uma cambalhota, mantenha o queixo dobrado contra o peito para impedir que a cabeça bata no chão. Ainda assim, ler sobre o procedimento e executá-lo na perfeição são coisas diferentes. É por isso que se deve treinar o processo de enrolar o corpo sobre si mesmo, para que se consiga fazer essa manobra mesmo a grande velocidade. Apesar de parecer estranho, pode ser bastante divertido.

Manter o corpo tenso q.b.

Não há consenso quanto a se devemos deixar o corpo relaxado durante a queda, ou se, pelo contrário, devemos mantê-lo firme. Alguns especialistas dizem que ter os músculos contraídos pode evitar lesões, porém, outros argumentam que, quando as pessoas estão alcoolizadas, tendem a evitar mais as lesões ao caírem, porque o seu corpo está totalmente relaxado. A verdade está algures aí no meio. Muito embora fazer do corpo um tronco quando se cai não seja a melhor estratégia, os músculos devem estar preparados para lidar com o choque. É por isso que os desportistas bem treinados conseguem geralmente evitar acidentes terríveis e sair deles ilesos, enquanto os amadores se lesionam mesmo quando dão quedas pouco aparatosas.

TRANSPORTAR O ANIMAL DE ESTIMAÇÃO NA BICICLETA? SIM, É POSSÍVEL!

Não é nada incomum vermos pessoas a andar de bicicleta com os seus cães a correr ao lado. Na verdade, eles apreciam o exercício e gostam de correr atrás dos donos - mas cuidado, deve-se evitar os locais com trânsito, para evitar atropelamentos. Mas e quanto aos outros animais de estimação? Gatos, coelhos, hamsters, ou até mesmo cães um pouco mais preguiçosos? Não têm eles o mesmo direito a dar uma voltinha de bicicleta com os donos? E, mais importante que tudo, será seguro fazê-lo? Com alguma prudência e bom-senso, tudo é possível.

 

Bicicleta de carga

Esta é, seguramente, a melhor forma de transportar outros seres vivos - sejam crianças, sejam animais. Ou até mesmo as compras do supermercado. Uma bicicleta de carga é quase como uma segunda casa, onde os amigos de quatro patas podem viajar em segurança.

Atrelado

Um atrelado próprio para acoplar à bicicleta é também uma forma popular de transportar pequenos passageiros, desde crianças a patudos. De forma a tornar esta modalidade mais segura para os animais, é recomendável adaptar o assento e incorporar uma trela, a fim de manter o nosso amigo de quatro patas dentro do atrelado, mesmo naquelas alturas em que passamos por um sítio que cheira a comida apetitosa.

Cesto dianteiro

Muitas vezes vemos bonitas imagens de raparigas com o seu pequeno cão ou gato num cestinho, a passear, todas airosas. Pode parecer algo irreal, mas é de facto possível transportar animais de pequeno porte num pequeno cesto dianteiro. Bom, assumindo que o animal se sente confortável, claro. Hamsters, gatinhos, cães de raças pequenas, podem facilmente ser acomodados num cesto que se prende ao guiador. E assim podem apreciar a viagem na primeira fila, ao mesmo tempo que mantêm contacto visual com o dono, caso precisem de uma palavra tranquilizadora. É importante assegurar que o cesto está devidamente preso, para evitar surpresas.

Cesto traseiro

Esta opção não funciona para todos os animais, pois pressupõe que o animal permaneça sossegado e sentado, mesmo quando não está sob vigilância. Nada como treinar os bichos desde pequeninos, para que se habituem a viajar desta forma. Para evitar quedas, existem cestos cobertos ou devidamente protegidos, que garantem um nível extra de segurança.

Mochila ou bolsa a tiracolo

Se o animal de estimação for suficientemente pequeno para caber numa bolsa ou mochila própria, força. Um hamster, um ratinho, ou até mesmo um chihuahua cabem facilmente numa mala, e se forem bem-educados, metem o nariz de fora apenas para cumprimentar quem passa. E nada como chegar a um encontro com amigos e alguém perguntar: «Isso é um hamster na tua mala, ou estás contente por me ver?»

À volta do pescoço

Bem, esta não é de todo a opção mais convencional, mas... e porque não? O teu animal de estimação é uma cobra ou uma iguana? Estes podem funcionar como incríveis acessórios durante as tuas voltas de bicicleta e, ainda para mais, são uma boa estratégia para afastar de ti aqueles condutores mais afoitos que se encostam demasiado nos semáforos.

Levar a casa inteira

Porque não usar a bicicleta da forma mais eficiente possível? Transportar bagagem, um cão, dois gatos, um periquito e uma tartaruga? Simples! Atrelados e cestos, alforges e sacolas, para que vos quero? A coragem de acreditar que é possível é meio caminho andado!

BIKE & HIKE: AVENTURAS A CICLAR E A CAMINHAR

Os dias de sol pedem aventuras ao ar livre, e as montanhas são sempre um destino a considerar, qualquer que seja a atividade física da nossa preferência. Claro que há quem prefira as serras repletas de neve para os desportos de inverno. Mas que tal dar uma nova oportunidade às paisagens montanhosas também na primavera e no verão, desta vez em bicicleta? E se o percurso de tornar demasiado íngreme, nada como caminhar e carregar a bicicleta nos troços mais desafiantes. Bike & Hike (Pedalar & Caminhar) é uma tendência a ganhar cada vez mais adeptos.

 

E o que é exatamente o Bike & Hike? Trata-se, essencialmente, de uma atividade combinada para os amantes do BTT e para os caminhantes ávidos. Existem trilhos especiais por toda a Europa que permitem que ciclistas e caminhantes desenvolvam as suas atividades favoritas ao ar livre. Aliar a bicicleta e a caminhada dá aos ciclistas a oportunidade de apreciar vistas gloriosas a partir do topo das montanhas, além de longas descidas tecnicamente desafiadoras. E dá aos caminheiros a possibilidade de ficarem mais tempo no topo, pois a bicicleta ajuda a ganhar tempo ¬- e a emoção da longa descida que se segue. Tanto uns como outros poderão beneficiar das vantagens de juntar as duas atividades, permitindo apurar ainda mais as capacidades técnicas em cima da bicicleta e a resistência física para fazer caminhadas mais exigentes. E o mundo está cheio de paisagens deslumbrantes perfeitas para o Bike & Hike, da Patagónia às Terras Altas da Escócia, ou até mesmo os Himalaias. Porque não?

Um pré-requisito para enfrentar as montanhas desafiadoras através do ciclismo e da caminhada é ter excelentes capacidades técnicas em BTT. Afinal, não é qualquer principiante que consegue descer ladeiras íngremes com a bicicleta às costas. Ou melhor: será preferível não o fazer se não se tem experiência, pois há muita coisa que pode correr mal. O que nos leva ao segundo pré-requisito: será necessário ter a força e a resistência necessárias para transportar a bicicleta de forma segura e confortável ao longo de trilhos íngremes, nos quais não é possível pedalar. De acordo com Chris Gibbs, um guia da empresa H&I Adventures, que organiza passeios de Bike & Hike um pouco por todo o mundo, existe uma forma correta de transportar a bicicleta.

Aqui ficam alguns dos seus conselhos para pegar na bicicleta sem esforço e sem risco de provocar lesões:

1. Coloca a bicicleta de forma que a roda pedaleira fique do lado oposto ao corpo.

2. Assegura-te de que a corrente se encontra na roda maior.

3. Posiciona as manivelas da roda pedaleira verticalmente em relação ao chão.

4. Agacha-te e agarra a manivela da pedaleira com a mão direita e o tubo do garfo com a mão esquerda.

5. Levanta-te usando a força das pernas, para proteger a costas do esforço.

6. Passa a bicicleta sobre a tua cabeça e coloca o tubo inferior do quadro sobre os ombros e a mochila.

7. Centra o peso da bicicleta de forma a que fique bem distribuído e te sintas confortável.

8. Certifica-te de que colocas sempre os pés em solo firme, pois com a bicicleta aos ombros pesas mais.

Também precisarás de te preparar bem para a viagem. Se for uma viagem de apenas um dia, convém estares a par das previsões climatéricas, fazer um mapa (mesmo que os trilhos estejam bem marcados, como geralmente estão), levar muita comida e água e um kit de primeiros socorros, incluindo protetor solar e repelente de insetos.

Se a tua viagem for superior a um dia, é claro que precisarás de levar mais bagagem, além das coisas básicas que mencionámos atrás. De acordo com a Adventure Cycling Association (ACA), o segredo de fazer uma mala, especialmente se tivermos de carregar a bicicleta por um trilho acima, é "menos é mais". Irás precisar de uma mochila resistente, mas leve, para não sobrecarregar a bicicleta com muito peso. As roupas devem ser leves, não volumosas (fáceis de arrumar) e apropriadas para a estação e o clima. No entanto, como o percurso vai incluir diversas altitudes, deves estar preparado para todos os tipos de clima.

 

 A roupa a levar deve ser adequada tanto para pedalar como para caminhar. O sol é particularmente forte em grandes altitudes, mesmo quando está frio, pelo que camisolas de mangas compridas são uma opção sensata. Usar camadas de roupas finas é melhor para o calor e estas são mais fáceis de transportar do que roupas volumosas. E, é claro, as roupas impermeáveis são essenciais. «Calções de ciclismo, sapatos de ciclismo, capacete, capa para a chuva, calças justas e luvas de ciclismo tornam a condução mais confortável», aconselha a ACA. «Uma boa capa e calças impermeáveis são importantes e há uma variedade de opções pensadas especificamente para ciclistas; procure Gore-Tex ou outro tecido impermeável / respirável (para não suar muito) e que proteja da chuva e do vento.»

Os sapatos de ciclismo devem ser flexíveis o suficiente para usar fora da bicicleta, especialmente para escalar. Se os teus pés tendem a inchar ao andar, usa sapatos que permitam a livre circulação dos dedos dos pés e que tenham espaço para calçares um segundo par de meias. E provavelmente vais querer ter uma jaqueta de lã para aquelas noites frias na montanha.

Obviamente, irás ainda precisar de levar ferramentas e algumas peças suplentes, em caso de avaria. E se planeias acampar durante a viagem, irás precisar do equipamento apropriado, como tenda, saco-cama, lanterna, etc. Na Internet é possível encontrar facilmente muitas empresas de aventura que vendem passeios guiados de bicicleta e caminhada durante uma semana por trilhos difíceis nas montanhas. Recomendamos, contudo, que te informes ao máximo sobre cada proposta aliciante que encontrares, aferindo o grau de profissionalismo das empresas. Se possível, tenta trocar ideias com pessoas que já tenham feito determinados percursos, para perceber qual a dimensão do desafio, e que conselhos poderão ter para partilhar contigo.

O MELHOR DAS BICICLETAS AQUÁTICAS

Quando entramos no site da empresa Schiller Bikes, somos confrontados com um convite - e uma afirmação - bastante dramáticos. «Descubra o S1-C», lê-se. «O futuro da mobilidade na água.» A foto que enche a página mostra duas jovens mulheres a andar em bicicletas - com pedais, uma parte de um quadro e uma espécie de corrente - que foram colocadas em cima do que parecem ser duas pranchas de surf gordas. Pedalam nas águas que correm sob a ponte Golden Gate de São Francisco, por isso sabemos que estão na Califórnia (onde mais poderiam estar, sendo este o local por excelência da inovação?).

 

Ao longo do site, a promessa continua. «Um novo futuro na mobilidade urbana está prestes a começar», lemos. «Um futuro sem engarrafamentos, sem sinais de trânsito nem buracos. Uma nova rede de transporte na vasta extensão de cursos de água que percorrem as maiores cidades do mundo.»

Sim, estamos a falar de bicicletas aquáticas - neste caso, uma espécie de casamento entre a bicicleta e o catamarã. Não se trata de uma nova versão de um barco a pedais, aquilo a que geralmente chamamos "gaivota", que faz as delícias dos turistas durante o verão. Não, estas bicicletas aquáticas foram «concebidas para transformar o máximo de energia humana em velocidade na água» e, com uma relação de transmissão de 1:7,5, podem atingir até 16 km/h na água - desde que as águas estejam calmas. A energia aplicada nos pedais é transferida para o chamado outdrive com hélice, que faz mover a bicicleta aquática.

A desvantagem desta bicicleta é que tem um custo de 4.800 euros sendo que os componentes de substituição custam cerca de 1.300 euros. Também é necessário dispor de um veículo que permita levar a bicicleta até ao rio mais próximo e, depois, ainda é preciso montá-la. A Schiller afirma que a montagem demora menos de dez minutos.

Mas, claramente, as bicicletas aquáticas estão a tornar-se uma tendência. A empresa neozelandesa Manta5 propõe a sua própria versão, a Hydrofoiler XE-1, «a primeira e-Bike aquática que replica a experiência de pedalar na água. Experimente a liberdade de pedalar em lagos, rios, e até no mar. Sem estradas, sem trânsito.»

 

 

 A E-1 não se trata apenas da primeira bicicleta aquática elétrica do mundo, é também «a primeira bicicleta aquática com assistência elétrica debaixo de água, permitindo que o ciclista comece a andar de bicicleta mesmo estando submerso». Também funciona em condições moderadamente irregulares e atinge uma velocidade máxima de cerca de 21 km/h, embora não seja mencionado se essa velocidade se trata da propulsão humana ou da assistência elétrica. Esta bicicleta também requer montagem, que não demora mais do que dois minutos, de acordo com a empresa. O preço é de cerca de 6.600 euros.

Por sua vez, a HydroBikes propõe três modelos de bicicletas aquáticas, a Explorer (propulsão a pedal), a Cruiser (com motor elétrico) e a Explorer II (com pedais duplos, ou seja, uma bicicleta aquática para dois). «Não se trata de um barco a remos lento», diz a empresa sobre a Explorer, afirmando que esta atinge uma velocidade de cruzeiro de 6,5 a 9 km/h «com o mínimo de esforço». É vendida por pouco menos de dois mil euros.

A Cruiser possui um motor elétrico e não dispõe de pedais, por isso não é bem uma bicicleta. Mas a Explorer II é uma versão tandem da Explorer e permite que duas pessoas a utilizem, sentadas lado a lado, para pedalar sobre a água. O preço ronda os quatro mil euros.

 Mas então, por que razão iria alguém gastar tanto dinheiro numa bicicleta que precisa de ser transportada até ao local e montada, apenas para andar sobre água, quando já se tem uma bicicleta em casa, completamente montada, com a qual basta sair para a rua para que nos leve a todo o lado? A HydroBikes alega que pedalar na água é muito melhor para o corpo e mais fácil do que pedalar em estradas ou em percursos acidentados. Principalmente, pedalar na água é mais seguro, diz a empresa, porque elimina o risco de acidentes. Mas há mais.

«É do conhecimento geral que é mais fácil conduzir uma bicicleta aquática do que uma bicicleta normal, porque existe menos fricção na água», descreve a empresa - mesmo que nunca tivéssemos pensado nisso desta forma. E a apresentação das vantagens continua, indicando-se que «o nível geral de exercício físico e a gordura queimada com a bicicleta aquática são muito superiores ao que pode ser alcançado com uma bicicleta terrestre convvencional.» Portanto, aparentemente esforçamo-nos menos, mas conseguimos melhores resultados. Parece demasiado bom para ser verdade. Se ao menos tudo na vida fosse assim. Mas não é, infelizmente - pelo menos ainda não é.

Há, contudo, uma desvantagem em pedalar na água, e que pode não ser óbvia, mas que deve ser mencionada. Não existem colinas na água. Quando nos cansamos de pedalar no rio, paramos e descansamos - e não chegamos a lugar algum. Mas quando subimos uma montanha de bicicleta, por exemplo, ou uma qualquer colina íngreme, depois descemos sem pedalar. Não existe, certamente, um prazer maior em andar de bicicleta do que descer uma ladeira abaixo sem qualquer esforço, com uma brisa fresca a secar-nos o suor da testa.

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